O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagará, em 31 de maio, a revisão do artigo 29 para cerca de 42 mil segurados com benefícios ativos, que foram prejudicados por erro de cálculo do instituto nos benefícios por incapacidade liberados no início dos anos 2000.
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Juro menor e prazo maior
Brasileiro deve atravessar 2010 com mais facilidades para comprar. Tendência é de novas quedas nas taxas dos parcelamentos
O consumidor brasileiro começa o ano com mais facilidades para comprar. Herdou de 2009 prazos mais longos e os menores juros desde 1995, início da série histórica da pesquisa de taxas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). No ano passado, os juros médios ficaram em 6,86% ao mês para as pessoas físicas; para as jurídicas, em 3,62%. Segundo analistas da entidade, essa fase de queda nas taxas continuará em 2010 impulsionada pela diminuição da inadimplência e um ambiente econômico de crescimento. Nem mesmo uma alta na taxa básica de juros, a Selic, deverá mudar essa trajetória, acreditam.
Desde fevereiro de 2009, os juros médios praticados no país seguem em recuo constante. O custo dos financiamentos para o setor produtivo também acompanhou a queda. Mas toda essa melhora está ameaçada por uma possível alta da Selic — uma importante balizadora para determinar o custo do crédito no Brasil e que está em seu menor patamar, 8,75% ao ano. No último levantamento do Boletim Focus, do Banco Central, as projeções do mercado elevavam a Selic para 11% neste ano.
A Anefac avalia a possibilidade de alta com cuidado. “Pode até ser que suba, mas ainda é cedo para dizer. A inflação está na meta. Então, se a Selic aumentar, vai ser pouco. Nada expressivo. Isso não seria suficiente para interromper a queda dos juros médios”, aposta o vice-presidente da associação, o economista Miguel de Oliveira. “Em um ambiente no qual o país está crescendo forte, há aumento de renda, do emprego e a inadimplência cai. Tudo isso acelera a competição no sistema financeiro. Por isso, estamos vendo as taxas caindo e elas vão continuar melhorando em 2010”, avalia.
Spread
Um dos principais fatores para que o crédito fique mais barato ao consumidor e às empresas é a queda da inadimplência (leia ao lado), responsável por pouco mais de um terço do spread bancário — diferença entre o que o banco paga na captação de recursos e o que cobra ao emprestá-los. De acordo com dados da consultoria Serasa Experian, se houver nível menor de calote, os financiamentos ficarão mais em conta. A inadimplência de 2009 (5,9%) foi a segunda menor em cinco anos. Perdeu apenas para a de 2007, quando houve um aumento de 1,7%. Também devem estimular a queda dos juros a maior competição no sistema financeiro, a Selic em patamares que desestimulem aplicações em papéis do Tesouro Nacional e uma maior pressão do governo para reduzir os spreads.
Para o professor de derivativos do Insper Fábio da Paz, é preciso analisar a trajetória de queda dos juros com cautela. Uma série de outros fatores devem influenciar o custo dos financiamentos no Brasil. “Tudo vai depender muito de como a economia vai melhorar, principalmente em termos de renda e emprego. A gente está acompanhando só resultados positivos de consumo, que têm puxado e mantido inclusive o nosso PIB (Produto Interno Bruto) com velocidade razoável. Mas acontece que perdemos muito na crise e ainda não retomamos tudo”, pondera.
Inadimplência estável no ano
Indicador importante no cálculo dos juros por representar mais de um terço do spread bancário, a inadimplência do consumidor fechou 2009 em 5,9%, a segunda menor alta em cinco anos. Para 2010, a perspectiva, de acordo com a Serasa Experian, é de que o calote se estabilize em um valor próximo ao do ano passado. Já a inadimplência das empresas, pelo menos até o meio do ano, deve seguir em ritmo de queda. O que, segundo a consultoria de risco de crédito, já impacta diretamente o custo dos financiamentos.
Para o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, o ano vai ser de inadimplência estável. “A do consumidor está em baixa e deve continuar caindo nos próximos seis meses. Mas essa queda tem algum esgotamento. Não vai cair para sempre. Deve começar a se estabilizar por volta do meio do ano”, explicou Rabi ao lembrar que a taxa está abaixo dos níveis históricos.
O fim da trajetória de queda é motivado pelos gastos do brasileiro com veículos, aparelhos de linha branca e materiais de construção com isenção tributária. No segundo semestre de 2009, de acordo com a consultoria de crédito, a massa de rendimentos não acompanhou a alta do endividamento das famílias e parte dos consumidores ficou com o orçamento comprometido, possibilitando o não pagamento ou o atraso em alguns financiamentos.
Na avaliação mensal do Indicador de Perspectiva das Empresas, em novembro (última avaliação feita), houve um recuo de 7,6% frente a outubro, o que projeta uma continuidade na diminuição do calote das pessoas jurídicas até junho deste ano.
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