O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagará, em 31 de maio, a revisão do artigo 29 para cerca de 42 mil segurados com benefícios ativos, que foram prejudicados por erro de cálculo do instituto nos benefícios por incapacidade liberados no início dos anos 2000.
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Notícia
Dólar sobe 11% em dois meses e vale R$ 1,90
Só que a valorização do dólar sobre o real foi de três a cinco vezes maior.
Discordando ou não da "guerra cambial" do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do "tsunami monetário" da presidente Dilma Rousseff, o que é fato é que as medidas tomadas para conter a valorização do real funcionaram.
Em 1º de março, a Fazenda fez a primeira das duas alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Banco Central (BC) colocou uma limitação nas operações de pré-pagamento de exportações. Depois vieram as compras à vista de forma mais contundente. Sem contar as ameaças.
Nesses dois meses, o preço do dólar comercial subiu 10,9%. Considerando o mesmo período, o dólar também ganhou de outras moedas emergentes, como o rand sul-africano, dólar australiano e peso mexicano. Só que a valorização do dólar sobre o real foi de três a cinco vezes maior.
Na segunda-feira, a moeda americana subiu 1,06%, para R$ 1,907, maior cotação desde 21 de julho de 2009. Na BM&F, o dólar para junho ganhou 0,99%, para R$ 1,9195, antes do ajuste final.
Em setembro do ano passado, quando o dólar também tinha ido acima de R$ 1,90, o BC mudou de estratégia e veio ofertar dólares ao mercado.
A visão prevalente era de que a alta no preço da moeda americana poderia prejudicar a inflação de 2011, que já estava bem elevada.
Agora em 2012, com a inflação bem comportada no curto prazo e um governo engajado em uma política industrial, a autoridade monetária deve esperar mais ou mesmo não atuar para frear a valorização no preço do dólar.
Fica a dúvida se o mercado não vai querer testar esse "limite" da relação dólar e inflação. No pior dos casos, se o BC tiver de atuar na venda de moeda seria um grande retrocesso das tropas do governo dentro da guerra cambial.
Com uma alta de 10,9% em dois meses fica o espaço para uma realização de lucros com o dólar. No entanto, o vendido continua pensando duas vezes antes de abrir posição justamente em função da sinalização dada pelo governo de que o real não pode e não vai se valorizar.
Mesmo aos arbitradores externos, as taxas para operações envolvendo o real estariam bastante atrativas. Mas o potencial de ganho parece menor, pelo menos por ora, que o risco de tomar uma invertida do governo.
Avaliando a questão, o sócio da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, pondera outros fatores que explicam tal comportamento do dólar por aqui.
Primeiro, o fluxo financeiro mais modesto em 2012. Para Daoud, as empresas e bancos que aproveitavam o crédito externo barato para fazer empréstimos por aqui estão repensando a estratégia em resposta à postura do governo.
Outro ponto que também passa pelo governo e deixa os investidores mais cautelosos é o aumento da interferência no setor privado. A gasolina defasada e a "guerra" dos spreads bancários são um exemplo, diz Daoud.
Outro ponto que tira atratividade do real é a possibilidade de recuo no preço das commodities. Para Daoud, a China não deve manter o ritmo de compras no atual nível de preço.
Passando para os juros, as taxas apontaram para cima na segunda-feira, mas o limitado volume do dia, um dos menores do ano, tira representatividade da movimentação. O que é fato é que o mercado segue apontando em Selic abaixo de 8,5%.
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