O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagará, em 31 de maio, a revisão do artigo 29 para cerca de 42 mil segurados com benefícios ativos, que foram prejudicados por erro de cálculo do instituto nos benefícios por incapacidade liberados no início dos anos 2000.
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BC diminui juros para 7,5% ao ano
Foi o nono corte seguido na taxa Selic, que estava em 8% e agora é a menor da história. Medida busca estimular a economia
Com a missão de fazer a economia reagir até o fim do ano, o Banco Central cortou ontem mais 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros(Selic), estabelecendo um novo piso histórico. Foi a nona queda consecutiva ao longo de um ano, movimento que levou o indicador de 12,50% para 7,5% anuais. Segundo analistas, o BC deixou claro, no comunicado pós-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a continuidade no processo de baixa nos juros, em outubro próximo, só se confirmará caso a atividade econômica se mantenha no atoleiro e a situação externa piore. As portas, porém, estão abertas para pelo menos mais uma redução de 0,25 ponto.
Para sinalizar que o ciclo de afrouxamento monetário está próximo fim, o BC mudou completamente o comunicado do Copom. Reconheceu que a economia está em marcha lenta e deixou claro que está perto do limite em que pode chegar sem comprometer o combate à inflação — a meta para este ano e para 2013 é de um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5%. "O Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia", disse o comunicado do Banco Central.
Para Carlos Thadeu Filho, economista da gestora de recursos Franklin Templeton, ainda acredita em um corte de mais 0,25 ponto na Selic, para 7,25% ao ano. "Se houver possibilidade, haverá mais uma baixa em outubro, mas vai depender da evolução da inflação (que se mantém acima de 5% em 12 meses) e da reação da economia nos próximos meses", observou. Segundo executivo de um banco estrangeiro, ao reduzir os juros, mesmo com o custo de vida acima da meta, o BC deu um alento, sobretudo, ao empresariado que está preocupado com o desempenho das economias norte-americana, europeia e chinesa.
O setor produtivo, no entender dos analistas, está com dificuldades para enxergar horizontes até mesmo de curto prazo e, por isso, adia planos de investimentos. Os mais pessimistas começam a projetar, inclusive, expansão de apenas 6% para a China no ano que vem, o que seria um problema para os exportadores brasileiros de commodities (produtos básicos com cotação internacional).
Portas abertas
Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, ponderou que o BC deixou "a porta aberta" para decidir, em outubro, se continua a reduzir a Selic ou não. Na avaliação dele, a retomada da economia ainda está concentrada nos setores que receberam estímulo do governo e, na média, o país ainda não respondeu como o esperado. Não à toa, o Ministério da Fazenda estendeu o prazo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros, eletrodomésticos e materiais de construção. Para ele, no geral, as vendas do varejo estão em ritmo de crescimento ainda fraco.
Outros economistas ouvidos pelo Correio observaram que, com a Selic caindo para 7,5% ao ano, o BC está confortável com o custo de vida acima da meta e disposto a aceitar um índice próximo a 5,5%. Ou seja, para eles, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini tem duas missões: controlar a inflação e garantir uma taxa de crescimento mínima para o país. "É uma administração que está olhando, de um lado, para a inflação, que ainda se encontra acima da meta, e, de outro, para a fraqueza da economia", observou Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra. Segundo ele, a decisão do BC deve ter sido tomada com base em projeções que indicam que o Brasil está crescendo bem abaixo de seu potencial.
Sílvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, tem opinião semelhante. "O BC tenta passar para os agentes que a inflação está sob controle e caminhando para a meta", disse. "Os números, porém, mostram que essa convergência (da inflação) não é tão firme na prática. Até por conta disso, entendemos que, em outubro, deve haver o último ajuste nos juros", argumentou. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, acredita que o BC adotará um tom cauteloso a partir de agora, sobretudo porque a economia brasileira retomará o crescimento e, consequentemente, haverá mais pressão inflacionária. "Diante da maciça injeção de estímulos, é natural imaginar que a economia brasileira irá, em algum momento, adentrar em um ciclo de recuperação mais robusto, provavelmente quando o cenário externo se tornar mais claro", disse.
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